DESCE DO OPALA!

A expressão não é minha e sim do Lélio, meu amigo de fé, meu irmão camarada, que tem umas tiradas que é de rolar no barro de tanto rir.

Vira e mexe e eu me deparo com histórias (escrevo todas as HISTÓRIAS com H, língua portuguesa é muito complicada e, pra mim, que mando nesse blog....rs...as histórias que conto são com H mesmo).

Pois é, ali pelas décadas de 70 e 80 qual era a nossa maior alegria nessa vida? Passear de Opala. Geralmente tinha algum amigo (a) mais descolado(a) cujo pai tinha um Opala e emprestava pra gente.

Lá íamos nós, umas 70 pessoas acho, dentro do Opala. Voltinhas na praça e  mais voltinhas na praça, até ficar todo mundo tonto com tantas voltinhas na praça (fiquei tontinha só de escrever).

Zooooommmmmmmmmm ......e o tempo passou na janela. Eu vi, tu viu e alguns viram? Viram nada! Tem gente que até hoje não desceu do Opala. Neguim já casou, descasou, virou avô/ avó, mas ...não arreda o pé do Opala.

E assim surgem os TIOS DA FANTA:

Quem não se lembra dele? Claro que o moço não pode ser contrariado.

Mas, vez ou outra, temos que lembrá-los que Woodstock acabou, Beatles também, Elvis morreu sim senhor, assim como Janis Joplin e Jimi Hendrix.

Dianta não. Eles se reinventam. Os "meninos" ressurgem com uma geometria muito interessante na cabeça, aquele resto de cabelo que partem de uma orelha até a outra pra disfarçar a calvície. E quando, ainda tem cabelos, é a neve imperando numa cabeça totalmente tropical (ficou bonito isso...).

E mais, absorvem com muita facilidade o linguajar do momento, as gírias, as escritas......sim, um estilo que alguém, mais ou menos normal, que passou dos 40, jamais conseguirá decifrar. Muitos ícones no MESSENGER (muita gente ainda diz MEINSSEGER - um misto de inglês e javanês) , muitos bichos, pelúcias, sinais e animações que completam ou iniciam as palavras e dane-se quem está do outro lado.

Tá me dando uma fossaaaaaaaaaa falar disso.

Lembro de uma cena muito triste que vi no filme MORTE EM VENEZA (coisa mais linda a adaptação do livro de Thomas Mann para o cinema, por Luchino Visconti) onde a tintura do cabelo do homem de meia idade vai escorrendo no sol...só quem viu o filme saberá do que estou falando.

E vai impressionar mais ainda com essa imagem:

Olha o que virou o TADZIO! De 1971 pra cá...
Tudo passa, tudo sempre passará, né Lulu Santos?

Mas na dúvida, se tiver mesmo que frequentar, mas muuuuuuuuuuito, em caso de vida ou morte, sem escapatória, DESÇA DO OPALA, PLEASE. Vá de táxi!